sexta-feira, 8 de abril de 2011


A cápsula do tempo, uma viagem onde tudo começou.



Convido a vocês a embarcarem comigo numa cápsula do tempo, numa viagem alucinante ao passado, ao mundo da minha infância, onde tudo começou. Prontos para lançar vôo, apertem os cintos e prepare as emoções. Escola Estadual Senador Francisco Nunes Coelho, nossa primeira parada. Foi lá onde iniciei minha vida escolar. O pré-escolar, lembro-me da minha “tia” Meiga, de alguns coleguinhas que fizeram parte de minha turma, lembro-me dos choros de início das aulas, lembro-me do meu amigo “Lucinho” que persistia em chorar muito para não ficar na escola, ele ficava muito nervoso, queria ir embora de qualquer modo. Foi ali no pré-escolar que comecei a traçar as primeiras letrinhas. Seguindo os pontilhados eram formadas as primeiras letras com as quais eu teria contato por toda a minha vida. Foi ali que aprendi a escrever pela primeira vez o meu nome. Os dias da semana ficavam expostos na parede, lembro-me muito bem de como era, havia uma imagem de um trem de ferro, e em cada vagão um dia da semana, todos os dias embarcávamos numa viagem lendo em voz alta os dias da semana juntamente com a “tia”.
Os anos foram passando, as letras eu ia aperfeiçoando e no ensino médio eu já dominava bem a atividade de leitura e escrita. Seguir os pontilhados já não fazia parte de minha rotina. Com meus cadernos muito bem organizados, a letra muito bem feita e legível chamava a atenção de meus professores sempre. Sempre nos era proposto fazer redações sobre temas diversos, sobre o fim das férias, um passeio na fazenda entre outros. Eu gostava muito de ler os textos que eu produzia, e a professora nos dava essa oportunidade de cada aluno poder ler o que escrevera. Nesse período tínhamos muito contato com revistinhas de histórias em quadrinhos, e outros livros diversos disponibilizados na biblioteca da escola. Através das gravuras dos livros eu conseguia viajar e fazer parte dos personagens, como se fosse protagonista da história.
Em casa, na hora de fazer o “para casa” juntamente com minha irmã que sempre cobrava perfeição no traçar das letras eu realizava minhas atividades. Sempre que possível estudava comigo e treinava a letra no caderno de caligrafia.
Todos os dias no caminho para a escola saíamos uma turma de crianças, no caminho brincávamos, nos divertíamos e aprontávamos poucas e boas no percurso. Lembro-me de uns casarões antigos na Rua Capitão Bernardo que fazia parte do trajeto para a escola, tinha umas janelas de madeira enorme, e em cada uma delas ficavam uns bonequinhos de metal “tipo soldadinhos” de cabeça para cima, e sempre que passávamos fazíamos questão de virar os soldadinhos de cabeça para baixo, e ainda tocávamos a campainha das casas e saíamos correndo, pura diversão, enfim, coisas de crianças.
Na quarta série, fui escolhido através de votação na classe para ser presidente do clube de leitura Monteiro Lobato, (quanta honra). Sem modéstia, eu era muito bom para produzir textos e também para ler as histórias de outros autores. Sempre que era possível e que tinha alguma atividade onde tinha algum texto para ser lido em voz alta, lá estava eu com o dedo para cima torcendo para ser visto pela professora. Tinham momentos muito agradáveis de leitura e trabalhos com interpretação de texto, as palavras desconhecidas encontradas nos textos deveriam ser grifadas para ser consultada nos dicionários. E dessa forma meu aprendizado e impolgação com a leitura iam aumentando paulatinamente.
 Chegava-se o fim de ano, uma pequena e charmosa formatura encerrava a minha estadia naquela escola que foi de muita valia em meu processo de alfabetização e em minha formação de leitor/escritor. Ali vivi parte de minha infância, eu conhecia muitos alunos que ali estudavam e estava sendo difícil para eu imaginar que teria que ir para outra escola continuar meu processo de formação, mas com muito pesar de deixar minha escola para trás continuei a viagem e deparei com a próxima parada.
Escola Estadual Odilon Behrens, quanta tensão, escola nova, pessoas novas, vida nova. Nada parecido com a escola onde eu havia cursado todo meu ensino médio. De - repente senti-me deslocado, mas aos poucos pude conhecer o terreno e até me habituar com o desconhecido até então. Quinta série, na sala de aula os conteúdos parecia uma revisão daquilo que eu havia aprendido na antiga escola, mas aos poucos tudo começou a ficar complicado, regras e mais regras começam a surgir, o português ficou mais complicado, a matemática que até então não era nenhum bicho de sete cabeças passou a ser, começou a ganhar letras junto aos números, eu não entendia por que usar letras junto aos números para somar. (chateação pensava comigo)
Os textos começaram a ser mais complexos, os livros cada vez mais difíceis, necessitavam de leituras minuciosas, boas interpretações.
Os anos passaram, as séries foram ficando para trás. Comecei a trabalhar e tive que estudar durante a noite, cada vez mais o tempo para ler e dedicar com intensidade aos estudos me faltava. Eu tinha que dedicar apenas o tempo livre entre atividades sociais e estudar, mesmo assim não desanimei. Saia do trabalho corria até em casa, tomava banho e fazia um lanche rápido que já me esperava pronto feito por minha mãe. E assim permaneci nessa luta durante uns três anos, mas no ano de 2000 tive a honra e orgulho de me formar no terceiro ano do segundo grau.
 Após a formatura permaneci alguns anos sem estudar, sem fazer cursinho. Apenas procurava ficar informado sobre a atualidade, e sempre que podia eu lia livros, jornais, revistas entre outros.
No ano de 2008 prestei vestibular para o curso de Licenciatura em Pedagogia pela Ufop na modalidade à distância, e graças á Deus o aprendizado que eu tive durante meu tempo de escola me valeu muito nesse vestibular, passei e hoje estou cursando o 6º período do curso.
Para finalizar, faremos uma “parada” no pólo de apoio presencial em Divinolândia de Minas, onde sou universitário da Universidade Federal de Ouro Preto, e que continuo na busca constante do aprendizado, sendo um protagonista em busca de me tornar cada vez mais um leitor crítico, e um autor de textos com coesão e coerência na busca contínua do aprendizado.
E quem quiser poderá continuar viajando comigo, pois o destino em busca do conhecimento e da aprendizagem é inatingível, estarei sempre pronto para viajar em busca de novas descobertas, em busca de aperfeiçoamento e de qualificação em minha formação enquanto futuro educador.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Quinta sangrenta.


Quinta feira, 07 de abril de 2011.
O dia amanheceu encoberto de sangue na cidade “Maravilhosa”, sangue dos inocentes, sangue de crianças que brincavam de se educarem, se educarem para viver melhor em sociedade, para atingir algum sonho, serem capazes de enfrentar de frente as dificuldades que a sociedade lhes oferece, brincavam de conhecer o desconhecido. Mas infelizmente, o sonho de algumas dessas crianças terminaria ali, naquela escola, naquele dia. A morte literalmente veio de “preto”, um ex aluno da escola Tasso da Silveira na zona oeste do Rio de Janeiro, trajando roupas pretas simplesmente entrou disparando bala sobre crianças inocentes, veio programado para matar e preparado para morrer. Uma carta trazida consigo, talvez tente explicar ou consolar os pais inconsoláveis que não terão seus filhos sentados á mesa no almoço. Tristeza, revolta, e desconsolo, esse foi o cenário que marcou o dia de pessoas que buscavam por notícias de seus filhos, amigos ou apenas daqueles que se mobilizaram com as cenas deprimentes que marcou um dia cinzento na sociedade brasileira. Cidade “maravilhosa”, lá do alto o Cristo de braços abertos observava... Indignado, na vontade de apontar o dedo e perguntar por quê?  E assim, permaneceremos sem resposta, o que levaria um ser “humano” a agir dessa forma? Certamente, creio que não há respostas. Só lamento. Mais uma vez a protagonista da história foi a violência, a falta de respeito e desumanidade. Lanço ao vento uma pergunta: Até quando? Até quando teremos que conviver com tamanha brutalidade. Esses pais, familiares e todos os brasileiros que hoje sofrem essa perda, certamente jamais irão conformar com essa dor, apenas poderão amenizá-las com o tempo, mas terão que conviver com sua existência em seus corações e memória para sempre.
“O tempo cura as feridas do corpo, o tempo só não cura as feridas invisíveis” Nelson Mandela.

Fabiano Pacheco