quarta-feira, 14 de novembro de 2012




Lembranças

E quando o som da chuva que cai no telhado chegar aos teus ouvidos, e puder sentir o cheiro da grama molhada, talvez uma sensação gostosa visite o seu íntimo. Poderá lembrar de momentos nostálgicos. Momentos mágicos vividos num passado recente ou em tempos distantes. Poderá relembrar um lugar ou até mesmo um momento que fora importante em sua vida. Cheiros, sensações, sentimentos, sentir-se vivo e repleto de vida. É como servir-se a si próprio de uma xícara de nostalgia, e nesse momento sentir-se extasiado de muita alegria ou de saudade.

Fabiano Pacheco

Por onde andas...

Ouço o telefone chamar e corro para atender. Do outro lado a voz não é sua.
Por onde andas aquele menino... Menino que brincava e encantava. Menino que corria que caminhava. Menino que não sabia, mas sentia. Menino que tinha medo, mas desbravava e encarava. Por onde andas aquele menino que sonhava em ser grande, que fazia planos e sonhava com um futuro meio utópico.Talvez. Menino que se perdera nas primaveras da vida. Que fora se perdendo com o tempo. Abandonando-me ou se desprendendo de mim nas plataformas e estações da vida. O que teria lhe acontecido? Peço-lhe que volte! Pois em mim nada mudou. Ainda tenho sonhos fantasiosos. Ainda corro em poças d’água e faço represas com água da chuva. Peço-lhe que volte! Pois em mim você jamais deixou de existir. Mesmo que eu não seja importante para você, mas você é importante para mim. Um menino em mim.

                                                                                                                                 Fabiano Pacheco

Cabana.

A cabana é tranqüila... Lá todos os sentimentos podem ser exalados sem medo e sem frustração. A cabana é meu outro lado do espelho. É como o país das maravilhas de Alice. Volta e meia me vejo lá, estagnado, sem ter como alcançar o mundo real. Num ambiente assim, onde tudo lembra o dedo e o toque de Deus, sinto-me acariciado pela vida e pela beleza de viver. À noite, quando a lua parece beijar o lago, a brisa leve encanta seus recantos e as árvores parecem dançar diante de tanta beleza natural. A cabana é assim, convidativa, acolhedora e encantadora. E quando volto me sinto renovado, com as energias carregadas para enfrentar o lado de cá do espelho. Espelho que é meu, mas não fala, é mudo.

Fabiano Pacheco